domingo, 22 de novembro de 2015

A LANTERNA PELO ESPÍRITO LUIZ SÉRGIO POR ADEILSON SALLES


A LANTERNA

O coração do jovem é um templo sagrado onde habitam sonhos e aspirações das mais felizes.
            
Também é no período juvenil, que o véu dos encantamentos vai sendo descerrado e a vida vai surgindo com toda força da realidade e com a carga de problemas do mundo.
            
Os jovens que ansiavam por crescer logo e tornarem-se adultos, gradativamente vão sentindo o peso dos compromissos aos quais são convocados.
            
A força da educação recebida em família vai sendo confrontada com os conceitos nascidos da alma do próprio jovem, que já viveu outras vezes.
            
Ele percebe o mundo a sua volta e o sente da sua maneira, de acordo com seu estágio evolutivo.
            
As reminiscências de vidas passadas afloram como hábitos e preferências naturais, e o jovem não se dá conta de como acontece, acreditando que tudo que pensa é o resultado dos poucos anos da sua idade física.
            
Sua visão é toda própria e única.
            
Nesse momento as comparações são inevitáveis.
            
O jovem percebe que os pais, apesar de serem muito amados, não são seres perfeitos e muito do que pedem aos filhos também não conseguem realizar.
            
As influências externas, somadas as experiências internas do espírito imortal promovem um redemoinho de dúvidas e inquietações.
            
É nesse momento grave, que as informações preciosas do Espiritismo podem fazer a diferença e mudar o curso das coisas dando mais sentido à vida.
            
Quando mudei de endereço, ou seja, quando mudei de dimensão tive muita dificuldade para me situar.

Embora já tivesse recebido algumas luzes no ambiente familiar eu fiz como muitos, ouvi, mas não apreendi como deveria.
            
Em algum momento sempre ouvimos algo sobre morte, vida após a morte, Jesus, caridade, mas quem é que quer saber?
            
Mas, de repente, você está morto, quero dizer, morto aí e vivo aqui.
            
A morte brusca, em pleno gozo das energias juvenis é bem complicada e eu fiquei atordoado por algum tempo.
            
Meu corpo físico gozava de pleno vigor e saúde.
            
Com o tempo aprendi, que os laços que me prendiam a vida física estavam bem apertados.
            
Não sai do corpo por meios naturais, fui expulso de forma violenta e aqueles laços apertados que me prendiam a matéria se romperam bruscamente.
            
É como se você caísse em um país estrangeiro onde a língua e os costumes fossem todos diferentes.
            
Você fala, mas ninguém presta atenção ou entende o que você diz.
            
Você quer tocar nas coisas e não toca mais, quer abraçar as pessoas e não consegue abraçar mais, sua voz ecoa no espaço silencioso da sua própria alma.
           
Eu sentia vontade de fazer xixi, de comer, tinha sede e outras necessidades mais.
            
A princípio o mais complicado foi lidar com as mesmas necessidades humanas, as vontades do corpo.
            
Chega uma hora que a única saída é chorar, então a gente chora e não é pouco.
            
As coisas da alma eu também fui aprendendo vagarosamente como lidar.
            
Por vezes, chegava perto dos corações queridos, quase podia tocá-los, mas não conseguia me fazer ouvir, por mais que falasse ou gritasse.
            
Mas, ouvir eu ouvia, e também sentia suas angustias e desespero.
            
Fazia um esforço danado para ser visto, ouvido e nada.
            
Com ao passar dos dias tinha a impressão de estar sujo, com falta de banho, e o pior, sentindo as dores que o acidente produziu.
            
Por que volto a falar nesse assunto mais uma vez, passados mais de quarenta anos da minha morte física?
            
Porque meu coração sente-se triste com o número de jovens que chegam aqui desse lado da vida sem o mínimo conhecimento da vida espiritual.
            
Ter conhecimento espírita não nos livra da perturbação espiritual, que todos experimentam quando desencarnam, mas é um recurso a mais para o despertar.
            
Vamos exemplificar assim: o conhecimento espírita funciona como uma lanterna, quando ficamos na escuridão da nossa ignorância. De repente a vida física se apaga e tateamos no mundo novo em busca de algo palpável, é nessa hora que podemos acender a lanterna do conhecimento espírita.
            
Os jovens chegam aqui e permanecem no escuro como crianças assustadas, quando falta energia elétrica em casa.
           
Gritam apavorados e desesperam-se com a realidade da vida espiritual.
            
Nesse contexto o jovem espírita tem um papel a cumprir, que é levar a seus pares juvenis a boa nova do Cristianismo redivivo.
            
Quando encarnados e jovens queremos crescer para ganhar liberdade e isso implica em responsabilidade.
            
Se existe algo que une a dimensão daqui e a daí é a responsabilidade que devemos ter com a vida.
            
Tudo que fazemos ou falamos tem consequência nos dois lados da vida.
            
Jovem, não tenha pressa de vir para cá, curta sua vida e aproveite tudo que tens aí, mas com muita responsabilidade.
            
Busque o conhecimento das coisas espirituais isso não lhe garantirá perfeição, mas pense em obter uma lanterna para o dia em que faltar luz em sua vida.
            
Vai na fé, vai no bem!


            
Luiz Sérgio (espírito) por Adeilson Salles - Novembro/2015

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

IVAN DE ALBUQUERQUE, POR ADEILSON SALLES, ENVIA MENSAGEM PARA O DIA DO JOVEM ESPÍRITA


NEM VELHOS, NEM MOÇOS


     Nesses tempos, muitos afirmam que a mocidade é o sorriso da casa espírita, e é verdade.
     Podemos asseverar também, que o trabalhador mais antigo, representa o olhar sereno do centro espírita.
    Há quem afirme, que os jovens necessitam ganhar cada vez mais espaço em nossas nobres instituições, não é menos verdade.
    Discursos inflamados pedem a transição imediata entre as gerações, para que as velhas práticas sejam postas de lado.
    É importante que avaliemos com respeito fraternal essas questões, pois em nosso campo de ação não existem práticas novas ou velhas, devem existir e prevalecer, apenas as práticas espíritas.
    Não podemos prescindir da força e do entusiasmo juvenil, da mesma forma, o servidor mais antigo, por suas experiências e dedicação é alguém que pode dar sustentação emocional e espiritual aos desafios do mundo moderno.
   Nos lares, a experiência dos pais é a vereda pela qual os filhos devem caminhar de maneira mais segura.
     Todos cumprem um papel na edificação do bem comum, seja na casa espírita, seja na ambiência doméstica.
     Não pode existir futuro responsável, sem que se considere o trabalho que deu base as casas espíritas de hoje.
     Nosso modelo e guia é Jesus, que mesmo trazendo a Boa Nova, não desprezou as antigas tradições de seu povo.
     Nem velhos, nem moços, apenas espíritos em momentos diferentes.
     O Espiritismo é o mesmo, o evangelho é o mesmo.
     Sem que as gerações se deem as mãos à obra perece.
     É preciso priorizar o trabalho, pois os interesses são os mesmos: o amor e a caridade.
   Em nossas abençoadas casas espíritas, a transição irá acontecer naturalmente, pela vontade dos homens, ou pelo labor do tempo.
   Velhos e moços, moços e velhos, o amanhecer e o anoitecer, o anoitecer e o amanhecer tudo concorre para a beleza e o equilíbrio da vida.
     O Cristo necessita de nossas mãos unidas, de nossos esforços conjuntos.
    Há que se refletir nas transformações que já ocorreram, e nas muitas que ainda irão ocorrer.
     Abençoado seja o tempo que traz as verdades, que purga as diferenças, que acomoda as ideias.
     Quando o vento das dissenções ameaçar a paz e a união em nosso caminho, esforcemo-nos por trazer Jesus para os nossos atos, porque o Mestre, mesmo sendo o portador das novas ideias não se rebelou contra a humanidade inteira, portadora e defensora das velhas ideias egoístas.
     Seja no lar, ou nas dignas instituições espíritas, todos têm espaço para fazer o melhor.
     As diferenças fazem parte do conjunto de exercícios, para o aprendizado entre todas as faixas etárias.
     Vale ressaltar, que todos são espíritos, uns a mais tempo no corpo, outros a menos tempo, outros fora do corpo, mas todos carecemos da prática da compreensão e do respeito mútuo.
     O espírito se rejuvenesce em ideias à medida que ele ama e serve.
     Na história do cristianismo, Estêvão buscou a experiência e o acolhimento de Pedro, quando chegou a Casa do Caminho; Paulo recebeu do velho Gamaliel os fragmentos do evangelho e aconselhamentos preciosos para sua missão apostólica.
     O novo não pode prescindir da experiência do velho, o velho não prescinde do novo para continuar o trabalho.
     Pelas leis da reencarnação, quando a morte não surpreende, o velho parte, e o jovem segue no mundo para no porvir receber o velho, que torna em corpo novo, para seguir executando a melodia imortal da vida.
     O anoitecer amanhece, o novo dia envelhece.
     Nem velhos, nem moços, apenas espíritos.    

 Ivan de Albuquerque   

            por Adeilson Salles   

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

SEGUE TEU CAMINHO


    Realmente existem alguns momentos em que os nossos joelhos ameaçam dobrar, tal o peso das lutas e dificuldades. Afinal de contas, o que poderíamos esperar de um planeta escola como a Terra?
    É alguém que parte sem que ao menos tenhamos tempo de nos despedir. É o amor no qual acreditávamos, que repentinamente nos surge como estranho, atirando todos os nossos sonhos na vala das desilusões. É a profissão exercitada, que antes nos parecia a escolha perfeita, e agora em sua prática tanto desconforto causa. O pai que não conversa, mas sabe apenas dar ordens, como general a comandar soldados. Um amigo e companheiro de ideal, que fica pelo caminho e o vento das mudanças leva para longe do nosso coração. Sem falar daqueles que até ontem estavam conosco lado a lado, animando nossas melhores aspirações e agora se revelam estranhos aos nossos ideais.
    Se você não está enfrentando nenhuma das dificuldades acima, agradeça, mas isso não significa que seu coração está isento dessas lutas.
    Importante é fazer o nosso melhor, sem que alimentemos expectativas exageradas a respeito de quem quer que seja. A vida muda, as pessoas mudam, nós também mudamos. É justamente essa face camaleônica do viver que nos oferece o aprendizado necessário.
    A beleza da vida está nas transformações, nas readaptações constantes que ela nos pede. Insista em seus sonhos, não desanime, não dobre os joelhos. E se por ventura, os joelhos se curvarem ante a força das amarguras, aproveite o fato de estar ajoelhado e ore agradecendo a Deus pelas lutas que te aperfeiçoam.
    Ergue a fronte para o alto e contemple as estrelas, pois teu destino é brilhar e um dia pousar nas regiões alcandoradas, onde a paz seja atmosfera constante.
    Agora, enxugue as lágrimas e vai, segue teu caminho, pois Deus acompanha teu caminhar.

    Valeu!!!

    Adeilson Salles